D.João V sobe ao trono aos dezassete anos e é o representante do absolutismo em Portugal como imitação ao absolutista Luís XIV. Este modelo instalou-se em todas as cortes europeias (exemplo de Alemanha e Itália) e Portugal não foi excepção.
D.João V tinha uma vocação direccionada para os negócios e dedicava-se a eles com empenho e seriedade, apesar das extravagâncias da corte, na medida em que a presença em óperas ou academias de música eram frequentes.
O reinado de D.João V beneficiou do período da
chegada de ouro do Brasil e retiraram ainda proveitos das
colónias americanas (exemplo: As moedas portuguesas e espanholas de um navio naufragado junto à Foz do rio Prata). A chegada do ouro enriqueceu os cofres da corte e depressa foi gasto em sumptuosas festas e recepções em Versalhes. A nobreza e o clero recebiam inúmeras tenças anuais enquanto
a miséria degradava a nação, e os funcionários do rei longamente esperavam receber os seus ordenados.
Não se fiscalizavam as contas e logo nos primeiros anos do seu reinado
reorganizou o sistema do aparelho burocrático criando as secretarias que intervinham em áreas como a
defesa (exemplo: Criação do Conselho de Guerra) , as
finanças (exemplo da Reforma do Conselho da Fazenda) e a
justiça (exemplo do Desembargo do Paço). Instituiu outros conselhos e juntas nos quais delegou funções de coordenação. Este sistema pouco efeito fez, uma vez que em quarenta e quatro anos de reinado o
rei não convocou as cortes nem as juntas uma única vez.
Fonte: "História de Portugal" - sob coordenação de José Hermano Saraiva e o manual escolar "O Tempo da História"